Prece - Nossas preces são atendidas?
Duração da aula: 01 hora.
Sugestão de leitura para preparação da aula: Questão 663 do Livro dos Espíritos.
Primeiro momento (5 min): Oração com todas as crianças para agradecer o momento e para pedir ajuda aos espíritos superiores para harmonizar o ambiente e nos inspirar.
Segundo momento: O evangelizador conversa com as crianças sobre a prece.
O que é a prece?
"A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar nele; é aproximar-se dele; é pôr-se em comunicação com ele. A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir, agradecer."
Pode a prece mudar uma difícil provação (doença grave, por exemplo)?
“As vossas provas estão nas mãos de Deus e algumas há que têm de ser suportadas até ao fim; mas, Deus sempre leva em conta a resignação. A prece traz para junto de vós os bons Espíritos e, dando-vos estes a força de suportá-las corajosamente, menos rudes elas vos parecem. Hemos dito que a prece nunca é inútil, quando bem feita, porque fortalece aquele que ora, o que já constitui grande resultado. Ajuda-te a ti mesmo e o céu te ajudará, bem o sabes.
Demais, não é possível que Deus mude a ordem da natureza ao sabor de cada um, porquanto o que, do vosso ponto de vista mesquinho e do da vossa vida efêmera, vos parece um grande mal é quase sempre um grande bem na ordem geral do Universo. Além disso, de quantos males não se constitui o homem o próprio autor, pela sua imprevidência ou pelas suas faltas? Ele é punido naquilo em que pecou.
Todavia, as súplicas justas são atendidas mais vezes do que supondes. Julgais, de ordinário, que Deus não vos ouviu, porque não fez a vosso favor um milagre, enquanto que vos assiste por meios tão naturais que vos parecem obra do acaso ou da força das coisas. Muitas vezes também, as mais
das vezes mesmo, ele vos sugere a ideia que vos fará sair da dificuldade pelo vosso próprio esforço.”
Posteriormente, mostrar o vídeo do YouTube "Prece com pressa" (https://www.youtube.com/watch?v=4OW-NgcpOwQ) e comentar com as crianças o que aconteceu no vídeo, comentando como devem ser feitas as preces.
Preciso usar palavras bonitas?
Devo fazer um prece rápida?
Como devo estar (nervoso, com pressa?)
Em seguida, o evangelizador conta a história "A moça do trem em Catanduva", de Divaldo Franco:
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Conta Divaldo Franco:
Oportunamente fui pregar em Catanduva. Naquele tempo viajava-se muito em trens noturnos. Eu o tomava em Catanduva e ia até São Paulo. Era uma viagem razoavelmente confortável.
Numa das vezes em que estive naquela cidade, ao regressar, Dona Lola Sanchez e outros confrades me levaram até a estação ferroviária. O trem saía as 22:30 hs.
Quando cheguei à plataforma de embarque chamou-me a atenção uma senhora camponesa despedindo-se da filha. A jovem era uma daquelas meninas bonitinhas, bem modestas, do interior, vestida com simplicidade, o cabelo liso, partido ao meio e muito mimosa.
A mãe abraçava-a e despedia-se, beijava-a e abraçava-a de novo e a cena comoveu-me. Fiquei olhando a ternura da mãe com a filha de dezoito ou dezenove anos, mais ou menos.
O trem deu o primeiro sinal de partida e me despedi dos amigos. A mocinha também subiu no trem, apressadamente.
O vagão não estava muito cheio. Eu me sentei à janela, do lado da plataforma para acenar aos amigos, enquanto que ela sentou-se do outro lado, sozinha.
Quando a composição começou a mover-se, eu vi que da mãe partia um fluido vaporoso, como se fosse uma nuvem alongada, a ideia era de um arminho muito grosso de meio metro de circunferência, que brotava do centro cardíaco, entrava no trem e se implantava na moça.
A medida que o veículo se movia, aquele fluido foi se afinando, quase desaparecendo.
A mãe dava-lhe adeus e chorava; uma despedida quase trágica. A mocinha chorou um pouco e depois recostou-se, preparando-se para algum repouso, desde que a jornada seria longa: umas sete horas em média.
A viagem prosseguiu.
Quando chegamos a Araraquara, houve uma parada. Um rapaz entrou, daqueles tipos de conquistadores, num jeito de quem olha a pessoa e despe-a. Ele abriu a porta, entrou, olhou a todos, deteve-se na moça – o olhar dele era tão típico que me chamou a atenção. Examinou-a atentamente, ajeitou-se e foi sentar ao lado dela, que estava junto à janela.
Passou o tempo. Fiquei distraído com outras coisas e quando percebi, ele havia passado o braço por trás da poltrona e se lhe chegara mais perto. Ela, tímida, encolheu-se um pouco.
Eu pensei: Que coisa estranha esse indivíduo! Parece-se a um desses conquistadores baratos, aliciadores de menores…
Dentro em pouco ele já estava conversando com a jovem. Refleti, comigo mesmo: Meu Deus, a coitada vai cair nas malhas desse sedutor, porque, totalmente desarmada, não saberá defender-se.
Ele parecia muito loquaz. Numa estação mais adiante, ele saltou, comprou frutas, ofereceu-lhas. Ante a gentileza, a moça ficou animada.
Vendo a cena eu orei, temendo o que viria depois; Meu Deus não deixe que ela seja seduzida – eu rogava. Recordei-me da sua mãe, e a lembrança me sensibilizou tanto que prossegui orando, pedindo a Jesus que a protegesse.
Fiquei a imaginar: Certamente ela é uma mocinha que vai tentar a vida em São Paulo, ameaçada de cair nas armadilhas de um sedutor profissional. Fiquei orando, pedindo por ela.
De repente, entrou um Espírito vestido à espanhola, à antiga, tipo sevilhana, uma mantilha de renda, um vestido longo, muito bonito. Ela era uma Entidade veneranda. Olhou para mim e para o par.
– A tua prece foi ouvida – falou-me.
Dirigiu-se para os dois e começou a aplicar passes na moça. Eu, então, mentalmente, dizia: Não é nela; é no homem. Afaste-o dela!
O Espírito olhou-me, sorriu e continuou aplicando os passes na moça. Terminou, fez-me uma saudação e desapareceu.
Eu fiquei frustrado, pensando que algo estava errado.
De súbito, porém a moça deu um soluço, teve um engulho e vomitou no homem, atingindo-o de alto a baixo.
O homem deu um salto e gritou:
– Miserável! Veja o que fez! E saiu furioso tentando limpar-se.
A moça, muito sem jeito, virou-se para mim e justificou-se:
– Veja, eu nunca enjoei.
Tirei um lenço, dei-o para ela e entendi a técnica que o Espírito usara. Sentei-me ao seu lado, para bloquear o lugar e perguntei-lhe:
– Minha filha, você está doente?
– Não senhor, de repente me deu uma coisa … logo aquele rapaz, tão delicado…
– Você o conhece?
– Não senhor.
– Você está indo para onde?
– Estou indo para São Paulo – explicou-me – para trabalhar como dama de companhia numa casa e, aquele rapaz, muito educado, veio dar-me o endereço de uma tia dele que recebe moças como pensionistas. Ele estava até me oferecendo um emprego melhor, porque ele tem a missão de contratar moças para trabalhar e a tia recebe-as. Ele estava explicando-me quando aconteceu isto. O que é que eu faço agora?
– Você vai ser dama de companhia – respondi-lhe. Este rapaz é um aliciador de moças para a loucura do sexo desregrado.
– Expliquei-lhe o que era e ela ficou muito surpresa.
– Mas, não é possível, ele é tão delicado, respondeu-me – Falou até que estava apaixonado por mim, que nunca tinha visto uma moça tão bonita como eu, que me queria levar para a casa da tia, a fim de defender-me dos “lobos” que existem em São Paulo.
– Você vai fazer exatamente como sua mãe lhe mandou – aconselhei.
Fiquei-lhe ao lado até chegarmos a São Paulo.
– Quando saltamos, segui com ela. Neste momento, vimos o rapaz descer do trem, todo sujo, a roupa branca com enormes manchas cor de café. Olhei-o e perguntei-lhe, sorrindo:
– Está melhor?
Ele deu uma resposta a seu tipo e foi-se, enquanto eu fiquei a reflexionar na forma como os Espíritos agem.
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Após contar a história, conversar com as crianças sobre o que eles entenderam. Destacar:
O que poderia ter acontecido com a moça do trem?
A prece de Divaldo Franco foi atendida?
Divaldo Franco inicialmente conseguiu entender o que os Espíritos estavam fazendo para atender a prece dele?
Como a prece foi atendida?
A moça ficou inicialmente feliz com a proteção dos Espíritos?
ATIVIDADE PRÁTICA
Depois de conversarmos tanto sobre a prece, pedir para cada criança fazer uma prece para Deus ou Jesus, em voz alta, para reflexão de todos.
Último momento (5 min): Oração de encerramento com todas as crianças. Perguntar se alguma criança tem interesse em fazer a prece.
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