Justiça

  Duração da aula: 01 hora.


Sugere-se que o evangelizador estudo a definição e o tema "justiça" para conversar com as crianças. Abaixo algumas referências:


Livro dos Espíritos

Q. 822. Sendo iguais perante a lei de Deus, devem os homens ser iguais também perante as leis humanas?

O primeiro princípio de justiça é este: Não façais aos outros o que não quereríeis que vos fizessem.

875. Como se pode definir a justiça?

A justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos demais.”

a) — Que é o que determina esses direitos?

“Duas coisas: a lei humana e a lei natural. Tendo os homens formulado leis apropriadas a seus costumes e caracteres, elas estabeleceram direitos mutáveis com o progresso das luzes. Vede se hoje as vossas leis, aliás imperfeitas, consagram os mesmos direitos que as da Idade Média. Entretanto, esses direitos antiquados, que agora se vos afiguram monstruosos, pareciam justos e naturais naquela época. Nem sempre, pois, é acorde com a justiça o direito que os homens prescrevem. Demais, este direito regula apenas algumas relações sociais, quando é certo que, na vida particular, há uma imensidade de atos unicamente da alçada do tribunal da consciência.”

876. Posto de parte o direito que a lei humana consagra, qual a base da justiça, segundo a lei natural?

“Disse o Cristo: Queira cada um para os outros o que quereria para si mesmo. No coração do homem imprimiu Deus a regra da verdadeira justiça, fazendo que cada um deseje ver respeitados os seus direitos. Na incerteza de como deva proceder com o seu semelhante, em dada circunstância, trate o homem de saber como quereria que com ele procedessem, em circunstância idêntica. Guia mais seguro do que a própria consciência não lhe podia Deus haver dado.”


Um vídeo interessante para reflexão sobre justiça (https://www.youtube.com/watch?v=JJsKS4DQ95E) apresenta um experimento feito com macacos. Dependendo da idade das crianças, é possível apresentar ou comentar.

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Primeiro momento (5 min): Oração com todas as crianças para agradecer o momento e para pedir ajuda aos espíritos superiores para harmonizar o ambiente e nos inspirar.


Segundo momento:  O evangelizador leva para sala de aula duas caixas. Uma caixa muito grande e bonita e outra pequena e sem graça. Dentro da caixa pequena, o evangelizador coloca muitos doces e chocolates. Já na caixa grande, o evangelizador coloca só uma balinha para cada criança presente.

Observação: O evangelizador pode até simular que a caixa grande está mais pesada que a pequena!

Essas duas caixas ficam dispostas na frente da sala e o evangelizador explica o seguinte:

Cada criança deve escolher somente uma das caixas (sem pegar, balançar ou olhar dentro). O que estiver dentro da caixa será distribuído entre todas as crianças que a escolheram.

Depois da escolha, perguntar por que as crianças decidiram escolher a caixa? Será que a caixa grande e bonita era mais chamativa? Será que parecia haver um prêmio maior?

Depois, perguntar para as crianças se houve justiça?

A ideia aqui é abordar que, do ponto de vista do jogo, houve justiça - já que as regras eram claras e foram cumpridas e que todas as crianças tinham as mesmas informações (oportunidades). Mas que as características das caixas (tamanho, beleza) não representavam adequadamente o conteúdo e isso afetou a escolha. Da mesma forma, as leis e regras dos homens muitas vezes são injustas.

Em seguida, abordar com as crianças o significado de justiça, trazido por Jesus e explicado pelo Espiritismo.

Uma outra pergunta importante: Devemos lutar pela justiça?

Mostrar também o vídeo https://www.youtube.com/watch?v=37fhi0diGL4 sobre o que é ser justo (desenho bem divertido com alguns questionamentos e situações)

Posteriormente, conversar com as crianças sobre o vídeo. Pontos importantes:

a) Pode ser difícil ser justo (dar as mesmas igualdades de condições). Exemplo: caso do bolo para a formiga e para o Yeti.
b) Pode ser justo alguém ganhar um prêmio e outros não, desde que aquela pessoa tenha se esforçado mais (depende do merecimento). Exemplo: uma corrida ou prova, quando alguém treina mais.

Outro vídeo que trata da justiça e pode ser trabalhado com as crianças: https://www.youtube.com/watch?v=U-hlwbGPmJU.

    Nesse caso, evangelizador organiza cadeiras na sala de aula de uma forma que algumas fiquem na frente outras atrás e pede para cada criança sentar um uma das cadeiras (qualquer uma).

Depois o evangelizador explica que o professor de uma escola chegou em sala e disse para cada criança sentada em uma cadeira fazer uma bolinha de papel. Em seguida, disse que, um por um, cada criança deveria tentar acertar o cesto de lixo que estava na frente da sala. A criança que conseguisse acertar, ganharia 05 pontos na prova. Quem errasse, perderia 02 pontos.


Depois das crianças tentarem acertar a lixeira, o evangelizador observa, de modo geral, as crianças mais próximas da lixeira acertaram e as crianças do fundo, erraram. Da mesma forma, na sociedade, as pessoas não têm condições iguais para estudar ou trabalhar. Precisamos lutar pela justiça, buscando melhorar leis para que haja maior igualdade de condições.


    No próximo momento, contar para as crianças parte da Parábola dos Trabalhadores da Última Hora (Mateus, 20, 1-16) e diz que as crianças serão os juízes e irão decidir o que deve acontecer:

“(...) patrão que saiu de madrugada para contratar trabalhadores para a sua vinha. Combinou com os trabalhadores uma moeda de prata por dia, e os mandou para a vinha. Às nove horas da manhã, o patrão saiu de novo, viu outros que estavam na praça, desocupados, e lhes disse: ‘Ide também vós para a minha vinha! E eu vos pagarei o que for justo’. E eles foram. O patrão saiu de novo ao meio-dia e às três horas da tarde, e fez a mesma coisa. Saindo outra vez pelas cinco horas da tarde, encontrou outros que estavam na praça, e lhes disse: ‘Por que estais aí o dia inteiro desocupados?’ E eles responderam: ‘Porque ninguém nos contratou’. O patrão lhes disse: ‘Ide vós também para a minha vinha’. Quando chegou a tarde, o patrão disse ao administrador: ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes uma diária a todos, começando pelos últimos até os primeiros!’ Vieram os que tinham sido contratados às cinco da tarde e cada um recebeu uma moeda de prata. Em seguida vieram os que foram contratados primeiro, e pensavam que iam receber mais. Porém, cada um deles também recebeu uma moeda de prata. Ao receberem o pagamento, começaram a resmungar contra o patrão: ‘Estes últimos trabalharam uma hora só, e tu os igualaste a nós, que suportamos o cansaço e o calor o dia inteiro’. (...)"

Depois de terminar essa parte, conversar com as crianças se o patrão foi justo ou não? Abordar porque ele teria sido justo ou injusto.

Trabalhar com as crianças que o combinado com os primeiros foi uma moeda e os que chegaram depois não trabalharam antes porque não sabiam da oportunidade. Não foi preguiça ou malandragem! O patrão percebeu isso!

Caso queira... depois da conversa, o evangelizador pode explicar que essa história foi contada por Jesus e, por fim, ler a parte final!

"(...) Então o patrão disse a um deles: ‘Amigo, eu não fui injusto contigo. Não combinamos uma moeda de prata? Toma o que é teu e volta para casa! Eu quero dar a este que foi contratado por último o mesmo que dei a ti. Por acaso não tenho o direito de fazer o que quero com aquilo que me pertence? Ou estás com inveja, porque estou sendo bom?’ Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos”.

Por fim, o evangelizador monta o "Tribunal das Crianças", mantendo a ideia de que eles irão julgar se houve justiça na situação apresentada e se há alguma forma de deixar essa situação justa.

Situações apresentadas:

1) Um projeto de leitura no qual o combinado é cada criança levar um livro para casa toda a semana e contar a história na próxima. O combinado é que depois de dois meses, os maiores leitores ganhariam um prêmio. Dez crianças participaram e, depois do tempo combinado, duas ganharam o prêmio.

2) Uma criança da escola é chamada de um apelido que ela não gosta.

3) Dez amigos se reuniram para jogar futebol e os quatro melhores querem ficar no mesmo time.

4) Um colega da escola não recebeu um convite para uma festa de aniversário

5) Alguém encontrou dinheiro no chão e não sabe a quem pertence.

6) Um colega da classe copiou o trabalho de outro

7) João foi para a diretoria porque bateu no Pedro. Mas Pedro tinha dado um tapa antes em João.

8) Dois amigos querem ler o mesmo livro da biblioteca.

9) Um menino da escola está sendo maltratado pela sua religião.

10) Dois adolescentes querem fazer faculdade. Um não precisa trabalhar e tem uma boa alimentação. O outro trabalha 8 horas por dia e não consegue se alimentar tão bem.


Observação: Terminadas as dinâmicas, o evangelizador pergunta para as crianças se, considerando tudo que foi visto na sala, seria justo dividir os doces das duas caixas igualmente? Ou se deveríamos dividir como inicialmente proposto (os doces de cada caixa somente com quem escolheu a caixa)?

A ideia aqui é trabalhar com as crianças que, naquela brincadeira, ninguém se esforçou mais do que ninguém. Pelo contrário, a caixa maior poderia enganar e atrapalhar a escolha (“sorte”). Assim, a melhor opção para fazermos justiça é dividir os doces igualmente entre as crianças. 


Último momento (5 min)Oração de encerramento com todas as crianças. Perguntar se alguma criança tem interesse em fazer a prece.



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