Perfeição moral

  Esta aula foi dada para crianças de 4 até 11 anos.


Essa aula também está disponível no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=44Zc5r7EKeE


Duração da aula: 01 hora

Sugere-se que o evangelizador estudo a questão 913 do Livro dos Espíritos, para se preparar para a aula:


Q. 913. Dentre os vícios, qual o que se pode considerar radical? 

Temo-lo dito muitas vezes: o egoísmo. Daí deriva todo mal. Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos há egoísmo. Por mais que lhes deis combate, não chegareis a extirpá-los, enquanto não atacardes o mal pela raiz, enquanto não lhe houverdes destruído a causa. Tendam, pois, todos os esforços para esse efeito, porquanto aí é que está a verdadeira chaga da sociedade. Quem quiser, desde esta vida, ir aproximando-se da perfeição moral, deve expurgar o seu coração de todo sentimento de egoísmo, visto ser o egoísmo incompatível com a justiça, o amor e a caridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades".


Cronograma da aula:

Primeiro momento: Oração com todas as crianças para agradecer o momento e para pedir ajuda aos espíritos superiores para harmonizar o ambiente e nos inspirar.

Segundo momentoDinâmica dos balões


Materiais necessários:

1) um balão para cada criança
2) barbante
3) um palito de dentes para cada criança
4) prêmio (balas, chocolate, etc) - É importante que seja algo que se possa dividir, pois podem existir mais de um "vencedor".

a) Formar um círculo e distribuir a cada criança um balão e um palito de dentes. As crianças devem encher os balões e amarrá-los em qualquer lugar do corpo (preferencialmente na cintura, virados para trás, para evitar riscos de se machucarem). O palito deve permanecer em uma das mãos.




b) Dar a seguinte instrução:Vocês têm cinco minutos. Quem, após este tempo, continuar com o seu balão sem estourar, poderá ficar com o prêmio.”.

c) Mostrar o prêmio para as crianças! Deixar que elas peguem e examinem 😏!

    O esperado é que o grupo saia estourando uns os balões dos outros. Porém, a ordem não foi essa, pois se todos permanecem em seus lugares, sem estourar os balões dos outros, todos podem ganhar o prêmio. Lembrar que em nenhum momento foi dito que deveriam estourar o balão dos outros e iniciar o momento de reflexões.

Reflexões após a dinâmica, com as crianças:

1) Por que correram para estourar os balões dos outros?
2) O que vocês sentiram quando estouraram o seu balão? Se foi ruim, por que estourar o do outro também?
3) O que representa o prêmio? (Resposta: a conquista de algo bom, "vencer")
4) O que representa o palito? (Resposta: a violência, a vingança, a disputa)

Terceiro momentoHora da história: Contar a história abaixo, adaptando seu conteúdo à faixa etária das crianças.

Antes de contar, dê uma olhada nas dicas para contar histórias: https://espiritaevangelizando.blogspot.com/2023/10/dicas-para-se-contar-historias.html.

Apesar dos limites

    No tempo em que ainda era um simples estudante de medicina numa universidade do meio oeste dos Estados Unidos da América, Dr. Marlin nutria a estúpida preocupação com um mundo cheio de pessoas aleijadas e de doentes sem esperança de cura. Por essa razão, era partidário da eutanásia e da eliminação dos aleijados sem cura. 

    O que é eutanásia? Apressar a morte de alguém que tem uma doença sem cura e que está sofrendo, em estágio terminal. 
      
    O que ele achava sobre os aleijados sem cura? Que não mereciam viver. 

    Moço e irreverente, costumava travar calorosas discussões com os colegas que pensavam de maneira diferente da sua. Aos seus inflamados argumentos, os companheiros respondiam: 
    - Mas então você não vê que nós aqui estamos estudando medicina precisamente para cuidar dos aleijados, dos coxos e dos cegos? 
    - Os médicos existem neste mundo para curar os doentes. Era sempre a resposta que ele dava. E se nada pudermos fazer em seu benefício, o melhor para eles é a morte. 

    O que é alguém coxo? Quem manca da perna por uma deficiência física. 

    O que pensam a respeito da opinião dos colegas de Marlin? E sobre a opinião de Marlin? 

    No entanto, uma noite, quando prestava serviço como interno de hospital, no último ano do curso, Marlin foi chamado para assistir a uma parturiente, imigrante alemã, que morava num bairro miserável da cidade. 

    O que é parturiente? A mulher que estar prestes a ganhar um bebê. 

    Era o décimo filho que a pobre mulher dava à luz, e o bebê entrou neste mundo com uma das perninhas bastante mais curta do que a outra. Antes de fazer com que a criança pudesse respirar por si mesma, acudiu-lhe um pensamento: 
    Que despropósito! 
    Este pequeno vai passar a vida inteira arrastando esta pobre perna. Na escola será vítima de chacota dos outros meninos, que o chamarão “manco”. 
    Para que hei de obrigá-lo a viver? O mundo nunca dará pela falta dele

    Concordam com a opinião do médico? 
    Ele vai ser diferente dos outros por ser manco? 
    Como acham que ele vai se sentir quando o chamarem de manco? 
    O que será que o médico fez? 

    Mas, apesar dos pensamentos, o garoto levou a melhor. O jovem médico não conseguiu deixar de ajudar o bebê a respirar. E o bebê chorou, mostrando que estava vivo. 
    Cumprido o dever, o interno agarrou a maleta do ofício e foi embora censurando o próprio procedimento. 
    - Não posso compreender por que fiz isto! Como se não houvesse filhos demais naquele antro de miséria. Não entendo porque deixei viver mais aquele, e ainda por cima estropiado
    Os anos correram... O Dr. Marlin consagrou-se como médico e conquistou vasta clientela. As ideias que sustentava na juventude mudaram. Agora ele se dedicava a salvar e conservar vidas.
    Por que ocorreu a mudança? Ele amadureceu, pensou melhor, conviveu com muitas pessoas que tinham deficiências e eram felizes, tinham família que os amavam, trabalhavam, estudavam. 
    Um dia, seu filho único e a esposa morreram num acidente de automóvel, e Marlim tomou a filha do casal para criar. Amava com todas as forças a netinha Bárbara. 
    No verão em que completou dez anos, a menina acordou, certa manhã, queixando-se de torcicolo e de dores nas pernas e nos braços...De começo pensou-se que fosse poliomielite, a temível paralisia infantil, mas depois verificou-se que era uma raríssima infecção causada por vírus pouco conhecido que também causava paralisia. 
    O Dr. Marlin reuniu vários neurologistas e todos foram unânimes em afirmar que não se conhecia remédio nem tratamento algum para aquela enfermidade. 

O que é neurologista? Médico que trata doenças como paralisia. 

    - Em todo caso, existe um médico no Oeste, homem moço, que escreveu recentemente sobre o êxito que tem obtido em casos como este, observou um dos neurologistas. 

O que acham que Dr. Marlin fez? 

O Dr. Marlin não teve dúvidas. Tomou a neta e se dirigiu para o hospital indicado. Quando ficou frente a frente com o médico, único capaz de salvar a neta tão querida, o Dr. Marlin observou que o jovem colega coxeava acentuadamente... 
    - Esta perna curta faz de mim igual aos meus doentes, observou o Dr. T. J. Miller, ao notar o olhar do Dr. Marlin. Concordo que as crianças me chamem de manco, e elas adoram isso. De fato, prefiro esse nome ao meu nome real, que é Tadeu, que sempre me pareceu um tanto formal! Como tantos outros meninos, deram-me o nome do jovem médico que uma noite me ajudou a nascer...” 
    O Dr. Tadeu Marlin empalideceu e engoliu a seco. 

    Por que o Dr. Tadeu Marlin se sentiu assim? Porque ele se deu conta que a única pessoa capaz de curar a sua querida neta era o bebê que um dia ele pensou que não valia a pena ajudar a viver. Por alguns minutos lembrou-se dos pensamentos que lhe acorreram naquela noite distante: “O mundo nunca dará pela falta dele”. 
    Estendeu comovidamente a mão ao jovem colega, o médico devotado, graças a quem a neta ia poder andar outra vez, e agradeceu a Deus por ter tomado a decisão correta naquela noite em que atendeu aquele bebê com a perna mais curta, ajudando-o a iniciar uma nova existência.

Reflexões após a dinâmica, com as crianças:

O que vocês entenderam da história?
Existe alguma pessoa que não tem importância para ninguém?
Podemos julgar os outros pelos seus defeitos ou limitações físicos?
O Dr. Marlin estava sendo egoísta quando mais novo?

Quarto momento: Oração de encerramento com todas as crianças. Perguntar se alguma criança tem interesse em fazer a prece.

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